Para pensarmos num melhor
desenvolvimento cognitivo em crianças de 0 a 3 anos é necessário repensar a prática, e o
que queremos obter com o trabalho educativo.
Existem muitas classificações de textos
infantis para serem trabalhado com essa faixa etária, como: mitos, lendas,
fabulas, contos, poesias, parlendas... , mas o mais importante é avaliar se a
categorização deste texto é de objetivos pedagógicos para direcionar a criança
a certa ideologia e comportamento ou se é emancipatória, resgatando a
criatividade, fantasia, expressividade do ouvinte (receptor).
O educador tem que se ver figura-chave
deste desenvolvimento, pois desencadeia uma atividade narrativa que influencia
significantemente a visão ficcional da criança, podendo abrir fronteiras em seu
desenvolvimento cognitivo e identidade.
Primeiramente
é notável visar alguns princípios orientadores que abrange duas categorias para
adequar livros à faixa etária.
Na 1° categoria (Dos 15/17 meses aos 3
anos) “Primeira Infância”, a criança começa a reconhecer o seu mundo pelo tato
e contatos afetivos, emocionais, redicionando-a descobrir-se como indivíduo
dotado de linguagem e ações cognitivas.
Nesta fase, o educador tem que investir
na oralidade, nomeando brinquedos, desenhos, gravuras como estímulo a
autonomia. Livros com cores diversas, gravuras de animais, ilustrações de
objetos, fotos da família são interessantes para estimulação no exercício da
oralidade e construção da expressividade, fantasia, e identidade.
E segundo Paul Faucher a partir dos 18 meses chega o momento de
elaboração da linguagem e partindo de cada estágio da criança chegou às
seguintes correlações: “Livros com imagens que devem provocar o conhecimento ou
reconhecimento de objetos ou seres, familiares à criança, em seu cotidiano real
e comum: brinquedos, móveis, recantos da habitação, bichos, alimentos... a
serem designados oralmente pelo nome. Esse convívio com a imagem, associada à
palavra nomeadora, facilitará a operação mental que identifica a percepção visual e a palavra correspondente. Mas, para que isso se dê, a imagem deve
ser nítida e imediatamente perceptível pela criança. Livros com poucas
páginas.”
Na 2° categoria (A partir dos 2/3 anos)
“Segunda Infância”, o educador tem que ser o mediador para o contato com o
livro, escolhendo livros direcionados ao cotidiano da família, com imagens
significativas à visão infantil, sugerindo uma situação de fácil comunicação
visual.
Nesta fase é crescente a comunicação verbal e
visual, portanto contar histórias tem que ser atraente assim como os livros e
proporcionar à criança uma viagem ao um mundo de fantasia direcionado pelo
texto. Proporcionar atividades de recontar a história é algo importantíssimo
pois desenvolve a oralidade e imaginação.
Paul Faucher Também diz que “a partir
dos 3 anos há uma ampliação do mundo conhecido e linguagem identificadora. E os
livros tem que ter imagens tiradas ainda do ambiente familiar, formando
historietas simples, que podem ser manipuladas pela criança para formar outras
situações ou histórias ou contá-las.”
“É preciso saber que contar histórias
é uma arte popular. Uma aproximação excessivamente acadêmica e/ou sofisticada
pode esvaziar o conteúdo emocional da narrativa, deixando o público pouco à
vontade. Da mesma forma, deve-se ter em mente que, embora o ato de contar
histórias possa se inserir numa proposta terapêutica ou num projeto pedagógico,
não se pode agir de forma mecânica, apenas para cumprir um dever ou para
ensinar o que quer que seja, de regras gramaticais a valores doutrinários. As
histórias devem ser contadas por e com prazer. Senão nem vale a pena começar”(
Informação verbal).
Agora vem a pergunta: _ “Como fazer da narrativa uma atração?”.
Agora vem a pergunta: _ “Como fazer da narrativa uma atração?”.
_Por
caracteres visuais, como: fantoches, fantasias, livros atraentes..., e também
auditivos. A entonação da fala, sons, ruídos, e a música são fatores
importantes ao contar historias, pois a criança é levada ao mundo fantástico
por estes caracteres! Para submetermos a criança à expressividade,
criatividade, propondo perspectivas sobre a realidade que vive a narrativa tem
que ser encarada como arte assim como a literatura infantil, pois nada adianta
haver obras de grande valia cultural e artística se for passada sem entusiasmo,
fantasia ao pré-leitor que é receptor vital e sensorial do mundo que o rodeia. “Quem conta a história vê-se envolvido em todo
este processo. Um adulto que goste de contar histórias não escapa ao seu próprio
fascínio e descobre a cada momento, a cada pausa, o efeito que as suas palavras
e a sua expressão provocam nele mesmo e na criança que ouve, de olhos
maravilhados”, segundo uma pesquisa na internet.
Ao narrar um conto, o contador tem que
se envolver na história trazendo na narrativa um mundo fantástico, mas real aos
olhos infantis. Temos que trabalhar criativamente levando a criança a imaginar
além do que está no livro. “A escolha do repertório é fundamental para um
contador de histórias. Mesmo os contadores mais experientes encontram
dificuldades com alguns textos e mais facilidade com outros, sugerindo que se
trabalhe com três tipos básicos de material: literatura popular (onde se
incluem os contos de fadas), contos literários e trechos de livros (SAWYER,
1990, p. 153). E também (...) “a literatura infanto-juvenil continuará tendo a
sua faceta mais atraente na literatura de tradição oral e mais propriamente nos
contos de fadas” (RIBEIRO, 2002, p. 14-15).
Fica por consciência do narrador a
doação e ousadia em se dedicar a arte de contar
porque narrar história não é somente desenvolver a imaginação ... mas
também dá afeto e conforto.
Também é importante ressaltar que a
lógica da criança exige organização (Começo, Meio e Fim) havendo coerência e
unidade, vocabulário simples, além da mágica a ser envolvida. Para que então se
possa a partir da história propor imaginação e argumentação para estimular o
querer e o pensar.
A mediação do educador não é só
importante por introduzir a criança num mundo mágico, cheio de fantasia, é
também para que decodifique os sinais gráficos contidos no livro e estimule um
caminho para a escrita. As imagens devem ser predominantes no livro e criarem
situações para esta certa faixa etária, até porque as figuras são um texto e
desenvolvem criatividade, oralidade e improviso.
As atividades de histórias têm que
propor autonomia oral à criança, para que não desenvolva somente o prazer em
ouvir como também o prazer em contar e criar histórias. O universo da leitura é
mágico e envolvente, e para os educadores uma “artimanha” que faz do objetivo
pedagógico uma aprendizagem significativa. Com o uso da arte na rotina
pedagógica se ganha equilíbrio, organização, vivacidade da sala, além de desenvolver
a oralidade. Desenvolver a linguagem é um dos objetivos das classes iniciais da
Educação Infantil e os educadores destas turmas precisam interagir com as
crianças, que muitas vezes usam fraldas e chupetas. Um dos caminhos evidentes
no estudo é trabalhar com textos infantis, explorando os recursos lingüísticos,
tanto visuais como auditivos, melhorando assim a qualidade de ensino e
aprendizagem de nossas crianças.
Portanto, depende do educador
analisar o currículo e a prática pedagógica e enxergar em si um estimulador de
perspectivas futuras.
“Talvez uma das funções
mais importantes da arte consista em conscientizar os homens da grandeza que
eles ignoram trazer em si”. André Malraux.
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